"Um império caiu com a sua prata,
o seu espírito desacelerado por detrás da soberba.
Os domínios caíram e as altas catedrais absolutas,
seus mosaicos seculares,
os heróis nomeados nos duelos,
legendas da vitalidade.
O mestre ruiu, finalmente.
Fechadas as casas, os adjetivos.
Calamos um privilégio e nos sentimos bêbados,
mas não nos levantaremos amanhã
contra a morte de nada.
As crianças se oferecem ao feroz da nova geração,
descansam nos ferros retorcidos
e nunca temem a nossa vergonha infeliz.
Do zero subimos paredes,
reconstituímos os átomos impassíveis,
velhos fatos desordenados,
o que a lei nos excluiu.
Calamos o insolúvel e nos sentimos menos,
mas o poder do abandono reeduca as nossas crianças."
(Do livro Duas chagas, publicado pela Iluminuras.)
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