Andei em lupanares, bebi em tavernas, corrompi o corpo e enlameei a alma. Só não adotei os vícios aos quais não fui apresentado. Tenho todas as chagas físicas e morais que um proscrito pode ter, mas nenhuma tão profunda, fatal e impiedosa quanto a poesia. Ela me desencaminhou aos treze anos, como nenhuma rameira poderia fazer. Sinto seu hálito a todo instante, dia e noite, e o aspiro como o mais eficiente meio de minha completa dissolução. Houve um momento em que talvez pudesse trocá-lo pela fragrância de flores, mas não quis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário