Mais um dia de febre, de frio glacial, de alucinações, de delírios, de visões horrendas. Nos pômulos, na nuca, no topo da cabeça, dores lancinantes. Lascas de gelo me perfuram continuamente, metodicamente, selvagemente. Sinto o sol na pele, mas tudo é noite ao meu redor. Há cinco dias não enxergo nada e, no entanto, fecho os olhos e ponho as mãos sobre eles, porque as farpas de gelo não param de me cutilar. Se esse é o início do fim, na fase seguinte estarei berrando por clemência no inferno, com abutres devorando minhas vísceras.
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