quarta-feira, 29 de julho de 2015
Priscyllas
Tenho uma gata chamada Priscylla Myrella Mockingbord. O nome dela me veio assim que a vi pela primeira vez, trazida como presente por minha amiga Priscylla Mariuszka Moskevitch. Não conseguiria hoje imaginar nenhum outro nome para ela. É evidente que se trata de uma homenagem a Priscylla Mariuszka. Essas reflexões me vêm a propósito de um artigo que li agora sobre a influência que pode ter o nome na vida de pessoas e também na de animais. Resumindo a essência do texto, um Nero será, em 99% dos casos, um tipo canino ou um incendiário. Tomando por exemplo as duas Priscyllas, discordo e, já que estou com a Bic na mão, acrescento um advérbio: discordo raivosamente. Priscylla Mariuszka foi a amiga mais meiga que tive - sem exagero, a amiga de minha vida. Deixou sinais de sua gentileza que a todo momento redescubro: um marcador de livro, uma coletânea de poesia, uma gravura, um postal. Já Priscylla Myrella, ah, Priscylla Myrella! Escrevo isto sentado no sofá ao qual ela vem impondo as marcas de suas garras, desde o seu primeiro dia comigo. Às vezes, como agora, paro para afagá-la. Ela se deixa afagar, até o instante em que, como sempre, junta aos arranhões que tenho nos braços mais um, de sinuosa crueldade.
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