Acordei assustado. Dormi aqui na loja, vejam só. E estaria dormindo ainda, se não fosse o pesadelo. Nele, ratos devoravam todo o meu acervo, juntado por tantas décadas. Eles comiam com gosto cartas, fotos, mercadores de livro. Quando o maior deles puxou da estante uma coletânea de Mario Benedetti, eu gritei. Estava sentado aqui, com as luzes acesas e a porta aberta. Sozinho. Nem aos ladrões interessa uma loja de recordações amorosas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário