"Oh! que fogo devorador me corre nas veias, quando por acaso nossos dedos se tocam, ou quando os nossos pés se encontram por debaixo da mesa! E, apesar de fugir logo com eles, como de um braseiro ardente, uma força secreta me obriga a chegá-los novamente, numa vertigem que se apodera de todos os meus sentidos! E se, a conversar, ela pousa a sua na minha mão, ou, no interesse do diálogo, se aproxima de mim, bafejando-me o rosto com o seu delicioso hálito, parece-me que vou cair aniquilado, como que ferido por um raio... E, Guilherme... se eu ousasse... aquela celestial candura... aquela confiança... Mas não... não... este coração não está assim corrupto! Fraco, sim... fraco é o que ele é, mas essa fraqueza não é corrupção. Carlota é sagrada para mim; todos os meus desejos se calam na sua presença. Junto dela perco toda a consciência de mim próprio... é como se a minha alma se me espalhasse pelos nervos."
(Da coleção Grandes romances universais, tradutor não mencionado, edição da W.M. Jackson.)
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