Podemos dar-lhe a lâmpada encantada,
As joias mais opíparas do oriente,
O ouro mais vivo, a prata mais luzente,
Ao amor nada encanta, nada agrada.
Podemos dar-nos a ele inteiramente,
Da maneira mais desavergonhada,
Mais comprometedora e inusitada,
Que ele jamais se dá por contente.
O amor somente se satisfaria
Se mais do que lhe damos nós lhe déssemos
E, ao morrer, de tal forma nós fizéssemos
Que em nós seu nome se desenharia,
Com suas duas sílabas formosas,
Se nos despedaçássemos em rosas.
(Mais um desses sonetos tolos que o amor me inspira, convencendo-me da sua fictícia beleza.)
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