Teus olhos hão de lembrar
O dia em que indiferentes,
Soberbos e prepotentes,
Fizeram os meus chorar.
Como iriam esquecer?
Podem esses olhos teus
(Jamais permita isso Deus)
Ser incapazes de ver?
Eu sei que eles viram bem,
Como tu sabes, também.
Por mais que queiras mentir.
Se existir algum culpado
Por me haverem ignorado,
É a ti que devo punir.
(Este soneto, insignificante como os outros que venho escrevendo há décadas, me venceu pelo cansaço. Acompanhou-me desde que saí de casa para vir à loja, onde abrigo seus irmãos. São tantos, já (duzentos, trezentos)! Que diabo fiz eu da vida para terminá-la assim, rodeado de seres tão infelizes quanto eu?)
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