Desde o começo achei que ele fosse o fantasma de algum nobre inglês. Tinha passos macios, fazia tudo para não perturbar e, se tossia, imediatamente se desculpava:
excuse me. Fui notando que a tosse se tornava dia a dia mais seca e mais intensa, e ele já não parecia ter forças para murmurar a desculpa. Uma noite ele tossiu demais. Disse
excuse me com uma voz muito triste e ouvi, soando na escada, que ele descia, os passos que já não conseguia manter macios. Foi a última vez.
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