A terceira vez
É a terceira noite e, quando ela começa a beijá-lo na boca, ele sabe para onde seguirão depois os beijos, e o caminho que tomarão as mãos dela, e onde o apalparão suavemente, e onde o apertarão. Depois das primeiras vezes, chegou a imaginar que o roteiro fielmente cumprido por ela acabasse, pela obviedade, tornando menos vivo o prazer. Hoje sabe que na repetição está o maior gozo do desfrute e - ainda que ontem e anteontem tenha procurado se concentrar para não atingir tão rapidamente o paraíso - parece o que é: um colegial em sua terceira noite de amor.
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