Matilde
Embaixo das suas, ela guarda a calcinha de Matilde. Faz um ano, hoje, e ela a apanha como se tocasse uma flor. Puxa-a devagar, quase ritualmente, cheira-a e ali onde o batom um ano atrás imprimiu sua boca ela começa a deixar beijos sobre beijos. Beija, beija. Tilde, Tilde. Depois coloca a calcinha de novo no fundo da gaveta, embaixo da calcinha que ela própria usou naquela noite e na qual Matilde gravou também os contornos de seus lábios sequiosos.
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