Por muito tempo, como não falavas de mim a ninguém, pensei que eu fosse um segredo teu, talvez o mais precioso. E me vi como um brinco ou um colar que, por amor e receio de que te fossem subtraídos, deixasses encerrado num estojo de veludo, junto com teu primeiro caderno de poesia. Assim imaginei, e fui feliz, ah, como fui, até descobrir que não era um segredo teu, mas uma vergonha que soterravas debaixo de pilhas de astúcias e artimanhas, como se ali estivesse um gato esfolado.
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