Ser um mendigo de Beckett e ficar esperando a vida inteira por Godot, até saber um dia, cinquenta anos ou dois séculos depois, que Godot morreu. E perguntar, a quem deu a informação, se esse Godot tinha cabelos encaracolados e bigodinho espetado. E ouvir que não. E perguntar então se não seria por acaso um ruivo com nariz de pugilista. E, ao ouvir que não, respirar de alívio ou resignação e dizer que a espera há de continuar. E, quando quem deu a informação perguntar de que Godot afinal se trata, responder que, naturalmente, do Godot certo.
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