segunda-feira, 3 de março de 2014

Um trecho de "O diabo no corpo", de Raymond Radiguet

"Eu estava embriagado de paixão. Marthe era minha; não fora eu, e sim ela mesma que o dissera. Podia tocar-lhe o rosto, beijar-lhe os olhos, os braços, vesti-la, machucá-la, à vontade. Em meu delírio, mordia-a nos lugares onde a pele ficava nua, para que a mãe a suspeitasse de ter um amante. Gostaria de poder gravar ali as minhas iniciais. Minha selvageria de criança reencontrava o velho sentido das tatuagens. 'Sim, morde-me, marca-me, quero que todo o mundo saiba.'"

(Tradução de Moacir Werneck de Castro, publicado pela Difusão Europeia do Livro.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário