domingo, 3 de março de 2013
Não mais
O corpo envelheceu, os olhos enfraqueceram. Muitas coisas mudaram nesses anos. Suas pernas, seus braços, quem dirá que são os mesmos? Ele, não. Ele não precisa se olhar para ver o que os anos lhe fizeram. Tudo nele piorou. Mas a memória insiste em trazer de volta aquele dia, como se ele pudesse ainda, como se ele devesse ainda sair para o sol, andar firme, disfarçando a crescente corcunda, e ver, com olhos tão esperançosos quanto naquela manhã, a galeria, o café, a livraria, e ouvir, com os cansados ouvidos de hoje, os passos que, por um momento, fazem seu coração iludir-se e bater forte, juvenil, confiante.
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