"Não a beijou na boca, mas no lóbulo. Não a tocou nos seios, mas nos quadris. Não a levou para a cama, mas para o campo. Não lhe falou de sexo, mas de viagens. Não lhe mostrou o pau, mas a ponta da língua. Não a despiu imediatamente, mas aos poucos. Não a penetrou de todo, mas pela metade. E quando ela suspirou e agarrou-se ao seu pescoço, ofegante e de lábios arroxeados, aí então lhe deu tudo - cabeça, nervos, base - com a violência necessária. Atônita e largada, ela parecia presa de uma alegria perturbadora. Que é que lhe tinha acontecido? Ele ainda achava palavras tranquilas e naturais para lhe explicar a transfiguração. E eram palavras que lhe davam a certeza de um paraíso por ser descoberto. Agradecida, eis que ela voltava a aproximar dele a boca úmida do sexo, cheia de iniciativa e de alegria glandular, era outra milher e gostava disso."
(Do livro A febre amorosa, de Eustáquio Gomes, publicado pela EMW Editores.)
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