"Existe uma tradição até bíblica de cobiçar a mulher do próximo, ou a mulher próxima: a mulher do irmão, a do vizinho, a colega de escritório, de profissão, de religião. Paixões reais, senão fornicações reais, ocorrem em torno de todo set de filmagem para cinema e telenovela, dado que as imaginações se incendeiam e a ocasião que faz o ladrão favorece levar a cabo sem câmaras o que é fingido na presença dessas. Tem-se uma deliciosa profissão, a de encenar amor com parceiros cujo charme encanta multidões: como não transportar isso, que o país aplaude, ao aconhego de uma cama em que tudo pode, sem censura, sem estética, sem vergonha?"
(Do livro Crime improvável, publicado pela Ficções.)
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