sábado, 20 de abril de 2013

Será mais...

... um dia em que ficará lendo e escrevendo. Disseram-lhe que a vida não é isso, mas todas as vezes em que saiu para o sol ele foi visto como um estranho. Julgou amar as pessoas, principalmente uma, porém só pode ter sido engano. Ele as procurou, ele a procurou, sorrindo, porque lhe parecia a forma de aproximação usual. Depois falou a elas, falou a ela, abriu o coração. Elas não o aceitaram, ela não o aceitou, e ele foi se afastando com lágrimas descendo pelo rosto e uma decepcionante metáfora: um punhal no coração. Estava já longe e ainda ouvia os risos que lembravam seu desajeitamento, sua inabilidade, o ridículo que há em cada gesto que faz, como se no seu DNA houvesse uma secular conspiração de bufões e palhaços. Ninguém deveria declarar amor a não ser na presença de seu advogado ou perto de um viaduto.

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