sexta-feira, 7 de junho de 2013

O manual do amor

O amor já foi mais protocolar. Havia certas formalidades, determinados ritos que apavoravam os mais tímidos. Chegou a ser vendido, nas décadas de 1950 e 1960, em livrarias e bancas, um guia para os enamorados. Escrito por Fred Jorge, que era conhecido por verter para o português sucessos da música americana, trazia modelos de cartas prevendo várias passagens, desde a inicial, a da confissão de amor, até a derradeira, e triste, em que se declarava extinto o afeto (hoje denominado relação). Entre esses pontos extremos, uma infinidade de situações hoje inimagináveis, como a de pedir aos futuros sogros permissão para o namoro (!) e o noivado (!), além de cartas marcando ou desmarcando encontros e outras que ensinavam como louvar qualidades físicas e espirituais do ser amado. Enfim, em textos curtos (dez a quinze linhas!), um manual completo, útil nas várias etapas do convívio amoroso, desde a que atualmente se chama de ficada até o pé na bunda.

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