quinta-feira, 4 de julho de 2013

No fundo...

... eu sempre soube que tudo em mim era postiço. Que um dia descobririam que a literatura era uma máscara mal colocada, que meus sentimentos mais exacerbados não passavam de uma cópia, um eco chocho de poetas de verdade. Era questão de tempo eu estar dançando uma valsa e aparecer um policial que, tirando de meus braços a dama, me conduzisse para fora do salão, sob impropérios. Era inevitável que já próximo da porta me saíssem dos pés os sapatos e minhas meias exibissem seus furos e meus dedos encavalados de plebeu.

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