segunda-feira, 9 de setembro de 2013
O templo
Com sangue e persistência, construí para o Amor um templo que, pronto, me pareceu a mais bela obra do meu coração. Cansado, deitei-me à sombra de uma árvore. Acordei com sementes que os passarinhos lançavam sobre minha cabeça. Riam e zombavam: "Foi esse aqui que fez aquilo." Que podem passarinhos entender de templos?, pensei. Esperei o Amor. Sabia que ele viria. E ele veio, numa inesquecível manhã. Olhou tudo e, como os passarinhos, começou a rir. Parecia o riso das rameiras da Babilônia. Desde essa manhã, não faço nada além de andar, andar, andar, para longe, bem para longe do templo que com sangue e persistência construí para o Amor. Que o vento o derrube e o tempo apague em mim a memória dos dias em que meus braços julgavam estar erguendo o mais majestoso de todos os monumentos.
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