"Na vida, o essencial é fazer julgamentos a priori. Parece, na verdade, que as massas nunca têm razão e que os indivíduos estão sempre certos. Evitemos tirar disso regras de conduta: elas não precisam ser formuladas para serem seguidas. Só duas coisas importam: o amor, sob todas as formas, às moças bonitas, e a música de Nova Orleans ou de Duke Ellington. Tudo o mais deve desaparecer, porque é feio, e a força das poucas páginas que se seguem vem do fato de que a história é totalmente verdadeira pois a criei do princípio ao fim. Sua materialização propriamente dita consiste, sobretudo, na projeção da realidade, numa atmosfera artificiosa e aquecida, sobre um plano de referência sinuoso e destorcido. Como se vê, se esta é uma forma de procedimento, é bastante admissível."
(Do romance A espuma dos dias, de Boris Vian, tradução de Elina Motta, publicado pela Editora Nova Fronteira.)
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