domingo, 6 de julho de 2014

"Fim de 68", de Eugenio Montale

"Contemplei da lua, ou quase,
o modesto planeta que contém
filosofia, teologia, política,
pornografia, literatura, ciências
exatas ou arcanas. Nele há mesmo o homem,
e eu entre eles. E tudo é muito estranho.

Dentro de poucas horas será noite e o ano
terminará entre explosões de espumantes
e fogos de artifício. Talvez de bombas e coisas piores,
mas não aqui onde estou. Se alguém morre
ninguém se importa desde que seja
desconhecido e longe."

(Do livro Poesias de Eugenio Montale, tradução de Geraldo Holanda Cavalcanti, publicado pela Record.)

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