quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Cotação do dia

Andei a manhã buscando o amor pela Paulista, pela Consolação, pela João Mendes, pela Quintino Bocaiúva, pela Direita, pela XV de Novembro. O magnífico sol me entusiasmava, e a brisa, que costuma soprar nos ouvidos dos tolos, me dizia: vai. Eu ia. Eu fui. À tarde, já cansado, perguntei a um garoto de seus quinze anos se ele sabia onde se encontrava o amor. Estávamos na Sé. Ele, apressado, me disse: o amor está no lugar para onde toda essa gente vai indo. Agradeci, mas um pouco adiante resolvi consultar um senhor que me pareceu sensato. Ele me disse também que eu encontraria o amor se seguisse aquela gente que formigava de um lado para outro. Segui um fluxo, segui outro, segui todo os fluxos e, quando chegou a noite, ainda não tinha visto sequer sinal do amor. Peguei o metrô, então, vim para casa e pus-me aqui, diante do micro. São seis horas e ouço, lá fora, o ruído dos passos que buscam ainda o amor. São furtivos, agora. Talvez tenham mais sorte.

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