"Nas terras trêmulas que exsudam o estio,
O dia é invisível de puro branco. O dia
É uma estria cruel numa gelosia,
Um fulgor nas praias e uma febre no sítio.
Mas a antiga noite é funda como um jarro
De água côncava. A água se abre a infinitos rastros,
E em canoas ociosas, de frente para os astros,
O homem mede o tempo livre com o cigarro.
A fumaça esmaece em cinza as constelações
Remotas. O imediato perde pré-história e nome.
O mundo é um par de ternas imprecisões.
O rio, o rio primeiro. O homem, o primeiro."
(De Obras completas, tradução de Josely Vianna Baptista, Editora Globo.)
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