terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Um poema de Marina Tsvetáieva

"Distanciaram: verstas, milhas...
Trans-plantaram sem planilhas,
Para na terra seguirmos calados,
Cada um de seu lado.

Verstas, vistas se se-pararam...
Des-soldaram, des-colaram,
Crucificaram-nos as mãos
Sem supor que era a fusão.

O tendão, a respiração...
Não cortaram - só sujaram,
Des-veiaram... Muro e calha.
Des-paisaram, como a gralha -

Conspiraram: valas, verstas...
Não destruíram - dispersaram.
Nos covis da amplidão terrestre
Como órfãos, abandonaram.

Março é o pior - para o trabalho?!
Nos cortaram - como o baralho!"

(Do livro Indícios flutuantes, tradução de Aurora Fornoni Bernardini, publicado pela Martins Fontes.)

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