"Mediana, farta de cadeiras, com a versão cubana da chemise por sobre: solta na cintura e ajustada nas tetas e nas nádegas - e falo assim porque era esta franqueza a que mostrava, uma lição de anatomia animada ela, caminhando sobre suas sandálias com uma sensualidade que a ninguém parecia assombrosa, empurrando a porta de cristais com gesto lânguido da mão que desmente o braço robusto, avançando uma cadeira e depois outra por entre as folhas transparentes (que ao mostrar todo seu corpo converteram sua entrada em um ritual ou um passo de dança) como se do outro lado a esperasse o ministério do sexo e não os evidentes nativos que se viraram, todos a um só tempo, para ela, no mesmo instante em que subiu os três curtos escalones do terraço com uma demora e uma dificuldade buscada sempre e procurada agora pela tensa seda alcoviteira."
(Do livro Delito por dançar o chá-chá-chá, tradução de Floriano Martins, publicado pela Ediouro.)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário