"Por este inferno,
Este delírio,
Pros velhos anos,
Dê-me um jardim.
Pros velhos anos,
Pras velhas penas,
Anos-trabalho,
Anos-suor...
Pros velhos anos
Anos-cachorros -
Anos queimantes -
Fresco jardim...
Pra fugitiva
Sem nem - um rosto,
Nem - uma alma,
Dê-me um jardim.
Jardim sem passos!
Jardim sem olhos!
Jardim sem risos!
Jardim sem silvos!
Sem um ouvido
Sem um perfume
Sem uma alma
Dê-me um jardim
Tu me dirás: bastante
Dor tem o jardim - como você.
(Você também o deixará!)
Jardim sozinho, como você.
Este jardim pros velhos anos...
Este jardim? Mundo - talvez? -
Dê para mim, pros velhos anos -
Pra minha vida absolver."
(Do livro Indícios flutuantes, tradução de Aurora F. Bernardini, publicado pela Martins Fontes.)
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