segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O motivo

Acordou no motel deitado com uma madurona feiosa de rosto e com um corpo ao qual, se ele fosse um desses cafajestes que atribuem notas a mulheres, daria no máximo cinco. Tocou-lhe o braço para despertá-la e saber como tinham ido parar ali. Ela acordou, bocejou, espreguiçou-se, olhou amorosamente para ele e disparou uma sequência de beijos molhados na sua boca. Com os lábios assim ocupados, ele não chegou a perguntar nada. Foi ela quem disse: "Nossa, é dia já. Tenho que dar uma aula às dez. Vai mais uma, rapidinha? Mas sem aquele papo de Shakespeare, senão a gente não sai daqui hoje."

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