Nenhum de nós foge à sua hora.
Quem sua pequenez deplora
E até quem em deus se arvora,
Ontem, amanhã, agora,
O tempo vem e devora.
Nenhum de nós foge à sua hora.
Quem sua pequenez deplora
E até quem em deus se arvora,
Ontem, amanhã, agora,
O tempo vem e devora.
Há quem prefira um binóculo. Eu acho que a melhor maneira de exercer o voyeurismo é a olho nu.
Não concordo com o que vocês dizem dos poetas concretistas. Só acho que eles são um pouquinho desempenados demais.
Instigado pelos veteranos, o passarinho tolo pediu licença para entrar em meu sonho e me chamou de seu Quintana.
Por seus olhos, sujeitos agora aos caprichos autorais de mister Parkinson, as belezas que encantaram sua juventude passam agora como ovelhas capengas que um sentimento de dignidade impede de caírem antes do portão do matadouro municipal.
Merecias melhor poeta. Um que fosse tão superior que quando falasse de ti não fizesse o jovem estudante dizer ora parece o retrato de Laura e o velho erudito avaliar ora parece que fala de Beatriz.
Se alguém se dispõe a ouvi-la, a história veste seu traje de domingo e sai para o sol com a bolsa cheia de parágrafos.
Sonhei que eu vinha visitar-me, que ia até minha cama de doente e que pela primeira vez via autenticidade em minha tristeza, isenta de mistificações poéticas.
Penso que será muito longa a viagem. Acordo toda manhã com mais sede. Você não pode me dizer nada? Receio chegar aí com um cantil e você me chamar de escoteirinho querido...