Ninguém mais hoje vem me visitar.
Ninguém mais sabe onde é que agora eu moro,
Ninguém mais sabe do que eu rio ou choro,
Estou tão morto quanto quero estar.
Ninguém mais hoje vem me visitar.
Ninguém mais sabe onde é que agora eu moro,
Ninguém mais sabe do que eu rio ou choro,
Estou tão morto quanto quero estar.
https://rubem.wordpress.com/2024/09/01/o-inigualavel-ouro-da-juventude-raul-drewnick/
Sou um desses tipos normais
dos quais sempre se espera menos
ou em casos excepcionais
muito menos mais.
Comparar-te a uma flor
ou a uma estrela equiparar-te
não seria um disparate.
Já o fizeram com suas amadas
poetas de muito melhor arte.
Eu porém de minha parte
sei que te chamar de flor
ou estrela proclamar-te
seria só uma de tantas formas
de subestimar-te.
Se cheguei, vi e venci,
Memória disso não guardo.
Não sei quanto ontem vali,
Mas sei quanto hoje não valho.
Sou um tipo soturno, a tristeza sempre foi meu pecado. Nunca andei sequer nos arredores nem de domingos festivos nem de gloriosos feriados.
Houve tardes - o sol há de lembrar-se -
em que ele pedia à noite que não viesse
ou que pelo menos tardasse
para que por mais uns instantes no parque
tua áurea majestade sobre nós reinasse.
É um desses tipos azedos que de segunda a sábado ficam juntando argumentos para contestar a beleza dos domingos.