sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
O sentido da vida
Que presunção revela quem diz que, por essa ou aquela razão, a vida para ele já não tem sentido. E são tantos, esses presunçosos.. Gostaria que um deles, um só, me dissesse que significado tinha a vida, quando o tinha. Sócrates soube? Platão soube? Aristóteles por acaso soube?
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Ultrassonografia
Olhou para as estrelas, tão distantes,
E, apalpando no corpo o que doía,
Jubiloso ficou, porque sabia
Estar mais perto agora delas que antes.
E, apalpando no corpo o que doía,
Jubiloso ficou, porque sabia
Estar mais perto agora delas que antes.
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Mexes
Mexes com o meu coração como uma menina acarinhando provocantemente um gato, soprando-lhe o bigode, dando-lhe petelecos nas orelhas, esticando-lhe a cauda, com a confiança de quem sabe ser a queridinha e estar livre de mordidas e arranhões. Mexes com ele, o meu coração, fazes e desfazes dele e recebes sempre, assim como a menina que afaga o gato, um olhar amoroso e um rom-rom.
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Se era amor
Se era amor o que sentiste naquela manhã, não deves lastimar que jamais se tenha repetido aquele tom de céu, aquele sol, todas aquelas pequenas coisas que se tornaram prodigiosas para ti, por um instante. Aquele sorriso que alguém abriu para ti, aqueles olhos, aquela conjunção de maravilhas, tu por acaso querias que fossem corriqueiros e tu, teclando o celular, pudesse revê-los?
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Predador
A vida conosco é boa
E o jogo às vezes nos poupa.
Só o amor não nos perdoa,
Nos arranca até a roupa.
E o jogo às vezes nos poupa.
Só o amor não nos perdoa,
Nos arranca até a roupa.
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Meus ombros
Como vós sofreis, meus ombros.
Além do peso normal,
Esse peso adicional
Da eterna rima em escombros.
Além do peso normal,
Esse peso adicional
Da eterna rima em escombros.
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Status (para o Xico Sá)
Mais nenhuma dúvida há,
O fato é mais que ordinário:
A bunda há bom tempo já
Faz parte do imaginário.
O fato é mais que ordinário:
A bunda há bom tempo já
Faz parte do imaginário.
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Voz
Pudesse a voz que te chama
Ter um apelo de festa
E não ser triste como esta
Do moribundo que te ama.
Ter um apelo de festa
E não ser triste como esta
Do moribundo que te ama.
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Kama Sutra - DCLXXX
Eu deixaria que me escravizasses, que como objeto noturno de prazer me utilizasses, que durante o dia me encarcerasses e que só água e pão me desses. Te obedeceria em tudo. Mesmo que sob tortura me interrogassem, jamais revelaria nada de ti. Só a ti eu diria que és uma princesa foragida, quando à noite, com os lábios em meu ouvido, tu me pedisses.
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Trecho de "Primeira dor", de Franz Kafka
"Um artista do trapézio - como se sabe, esta arte que se pratica no alto da cúpula dos grandes teatros de variedades é uma das mais difíceis entre todas as acessíveis ao homem - tinha organizado sua vida de tal maneira, primeiro pelo esforço de perfeição, mais tarde pelo hábito que se tornou tirânico, que enquanto trabalhava na mesma empresa permanecia dia e noite no trapézio. Todas as suas necessidades, aliás bem ínfimas, eram atendidas por criados que se revezavam, vigiavam embaixo e faziam subir e descer, em recipientes construídos especificamente para esses fins, tudo o que era preciso lá em cima. Esse modo de viver não causava aos outros dificuldades especiais; era apenas um pouco incômodo que durante os demais números do programa ele ficasse lá no alto, o que não se podia ocultar: apesar de, nesses momentos, na maioria das vezes se conservar quieto, de quando em quando um olhar do público se desviava para ele."
(Do livro Um artista da fome, tradução de Modesto Carone, publicado pela Editora Brasiliense.)
(Do livro Um artista da fome, tradução de Modesto Carone, publicado pela Editora Brasiliense.)
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