quinta-feira, 26 de março de 2015

Manhã

Apesar do sol, que manhã triste esta, doente, daquelas em que nos romances antigos o vento chorava no ombro dos ciprestes... Manhã daquelas nas quais as famílias internavam o parente maluco no sanatório, sabendo que dali ele jamais sairia. Manhã como as tantas em que tantos tiveram a coragem enfim de abrir a gaveta e tirar bem lá do fundo o revólver. Mas os passarinhos cantam. A eles não ensinaram a lição da tristeza e eles cantam, cantam ainda, já na boca do gato faminto.

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