"Minha feia, és uma castanha despenteada,
minha bela, és formosa como o vento,
minha feia, de tua boca se podem fazer duas,
minha bela, são teus beijos como frescas melancias.
Minha feia, onde estão escondidos teus seios?
São mínimos como dois vasos de trigo.
Me agradaria ver-te duas luas no peito:
as gigantescas torres de tua soberania.
Minha feia, o mar não tem tuas unhas em sua tenda,
minha bela, flor a flor, estrela por estrela,
onda por onda, mensurei teu corpo:
minha feia, te amo por tua cintura de ouro,
minha bela, te amo por uma ruga em tua fronte,
amor, te amo por clara e por escura."
(De Cem sonetos de amor, tradução de Carlos Nejar, publicação da L&PM.)
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Belezura de poema! Grande Matilde, que o inspirou. La chascona.
ResponderExcluirObrigado por andar por aqui, Dea. Bem que ouvi um rumor, ontem, mas pensei que fossem pingos de chuva.
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