segunda-feira, 26 de junho de 2017

"Polaca de Aspäker", de Eric Axel Karlfeldt

"Por que permanecemos sentados, imóveis e silentes,
as palavras caras já se esgotaram todas?
Os lábios jovens já foram todos beijados,
esses que sorriem em torno desta mesa?
Já se casaram todas as jovens donzelas,
que andam a curtos passos pela sala?
Já não há mais lares a ser constituídos?
Não há corações que ardam à nossa volta?

Vou urdir a lã, enrolar as meadas,
fabricar a manteiga e tosquiar as ovelhas.
Meus lábios nunca, nunca receberam beijos,
e talvez não os recebam ainda este ano.
Colherei bagas, tecerei o burel,
e trabalharei tanto que ficarei esguia.
Se tiver um esposo quando já for velha,
é a ti que escolherei, desde que estejas jovem."

(Tradução de Ivo Barroso, da coleção Prêmios Nobel de Literatura, Editora Delta.)

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