"Beija-me mais, beija-me ainda e beija;
Dá-me um daqueles teus mais saborosos;
Dá-me um daqueles teus mais amorosos,
Dou-te outros quatro em brasa que flameja.
Ah! tu te queixas! Que este mal te seja
Paz ao te dar dez outros deliciosos.
Mesclando nossos beijos mais ditosos
Gozemos um do outro, o amor sobeja.
E vida em dobro cada um terá;
Em si e no amante cada um viverá.
Permite, amor, viver esta loucura:
Sempre estou mal, em discrição vivendo,
E não me posso dar contentamento,
Se de algo fora eu não for à procura."
(Tradução de Mário Laranjeira, do livro Poetas franceses da Renascença, Martins Fontes.)
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