sábado, 27 de janeiro de 2018

Soneto do desencanto

Hoje, ao me lembrar de quando,
Há seis décadas ou mais,
Eu vivia proclamando
Meus sonhos e meus ideais,

Me aflige uma nostalgia
Que como dor chega a doer,
Uma culpa, uma agonia,
Um desejo de morrer.

Ah, como pude eu assim
Deixar que morresse em mim
A minha parte mais pura?

Onde ficou a ansiedade
De beleza, de verdade,
De arte e de literatura?


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