domingo, 13 de maio de 2018

"A carta", de Mario Quintana

"Hoje encontrei dentro de um livro uma velha carta esmarelecida,
Rasguei-a sem procurar ao menos saber de quem seria...
Eu tenho medo
Horrível
A essas marés montantes do passado,
Com suas quilhas afundadas, com
Meus sucessivos cadáveres amarrados aos mastros e gáveas...
Ai de mim,
Ai de ti, ó velho mar profundo,
Eu venho sempre à tona de todos os naufrágios!"
(De 80 anos de poesia, Editora Globo.)

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