domingo, 30 de abril de 2023

Soneto dos navegantes fracassados

Depois de tantos planos formulados,

De projetos em febre concebidos

De roteiros tão bons e bem urdidos

E de tantos tesouros cobiçados.


Depois de tantos mares navegados,

Dos reveses inúmeros sofridos,

Dos marujos ou mortos ou feridos

E dos projetos todos naufragados


Não temos mais no navegar encanto

E não saímos mais de nosso canto.

A cobiça que outrora nos movia


Morreu no mar e agora até a um morto

Agradaria o esplêndido conforto

Desta nossa abençoada calmaria.


(Este soneto me pediu para ser escrito, ontem. Não é dos melhores, nem sequer dos bons. Minha desculpa é ele haver sido feito às pressas, num momento de distração de Mister Parkinson.)

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