sábado, 30 de abril de 2016
14h21
Hora de sair, para o lançamento do livro de uma querida amiga. Se no caminho encontrar Priscylla Mariuszka Moskevitch, farei o que ela faz comigo há três anos e quatro meses: fingirei que estou morto - o que não será muito difícil.
Mario e Manoel
Imagino, feita à mão por um deles, a placa: Quintana e Barros. E, lá dentro, seu Mario e seu Manoel empenhados nas duas únicas atividades do escritório: a beleza e a poesia.
"Diálogo", de Luis Fernando Verissimo
"Temos que confiar no amanhã."
"A não ser que descubram alguma coisa contra ele durante a noite."
(De Poesia numa hora dessas?, edição da Objetiva.)
"A não ser que descubram alguma coisa contra ele durante a noite."
(De Poesia numa hora dessas?, edição da Objetiva.)
sexta-feira, 29 de abril de 2016
Agenda
O melhor de tudo
é não prosseguir
o melhor de tudo
é protelar
o melhor de tudo
é desistir
o melhor de tudo
é renunciar
O melhor de tudo
é não cumprir a rota
o melhor de tudo
é deitar e dormir
sobre os louros da derrota.
é não prosseguir
o melhor de tudo
é protelar
o melhor de tudo
é desistir
o melhor de tudo
é renunciar
O melhor de tudo
é não cumprir a rota
o melhor de tudo
é deitar e dormir
sobre os louros da derrota.
Soneto da frivolidade do amor
O amor, nos primeiros meses,
É todo dedicação,
É todo pura afeição,
É todo gestos corteses.
Gentil, cordato, obediente,
Tudo que dele queremos
Sem nenhum esforço obtemos,
Tudo ele nos dá, contente.
Assim é. Depois, porém,
Que ele cativo nos tem,
Parece se arrepender.
Já não lhe importa se estamos
Vivos ou se nos achamos
A dois passos de morrer.
É todo dedicação,
É todo pura afeição,
É todo gestos corteses.
Gentil, cordato, obediente,
Tudo que dele queremos
Sem nenhum esforço obtemos,
Tudo ele nos dá, contente.
Assim é. Depois, porém,
Que ele cativo nos tem,
Parece se arrepender.
Já não lhe importa se estamos
Vivos ou se nos achamos
A dois passos de morrer.
"Ocaso", de Georg Trakl
"Sobre o lago branco
Partiram os pássaros selvagens.
No crepúsculo sopra de nossas estrelas um vento gelado.
Sobre os nossos túmulos
Inclina-se a fronte despedaçada das trevas.
Sob carvalhos, balançamos numa barca prateada.
Sempre ressoam os muros brancos da cidade.
Sob arcos de espinhos,
Oh irmão, ponteiros cegos, escalamos rumo à meia-noite."
(De De profundis, tradução de Claudia Cavalcanti, edição da Iluminuras.)
Partiram os pássaros selvagens.
No crepúsculo sopra de nossas estrelas um vento gelado.
Sobre os nossos túmulos
Inclina-se a fronte despedaçada das trevas.
Sob carvalhos, balançamos numa barca prateada.
Sempre ressoam os muros brancos da cidade.
Sob arcos de espinhos,
Oh irmão, ponteiros cegos, escalamos rumo à meia-noite."
(De De profundis, tradução de Claudia Cavalcanti, edição da Iluminuras.)
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