Um dia terei esquecido
as noites atormentadas
as madrugadas
em que minha alma
com obstinação te buscou
e minha imaginação
te encontrou
num bar sentada
com um barbudo
contador de lorotas
que escutavas encantada
ou com um tipo narigudo
idiota entre os idiotas
que se proclamava tesudo
e com expressões vis
dizia ter
um instrumento mágico
um portento
dez vezes maior que o nariz
Um dia terei esquecido
cada segundo
cada momento sofrido
em que te supunha
na cama arfando
raspando com a unha
o peito imundo
o corpo sujo
de um marujo
de âncora no braço
ferro no abraço
e hálito nauseabundo
Um dia terei esquecido
isso tudo
não mais clamarei
não mais chamarei por ti
meu único porto
Nesse dia
eu estarei mudo
nesse dia
eu estarei morto.
domingo, 2 de outubro de 2011
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