domingo, 9 de fevereiro de 2014
Como é prazeroso
Como é prazeroso escarafunchar as gavetas do amor, encontrar seus vestígios nos livros, nas dedicatórias. Como é prazeroso buscar entre as páginas um rabisco a lápis, bem leve, que nunca se encontrou, mas deve estar ali, alguma doce obscenidade bem crua, como "quero te dar". Como é prazeroso procurar, ainda uma vez, um fio de ouro encaracolado, posto talvez com minúcia apaixonada, e que, enfim, se desprenda e flutue por um instante sob a luz do sol matinal.
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