"Tua morte não para de acontecer de se acabar
Não só tua morte. morta estás. não
há nada a dizer. e o quê? inútil.
Inútil o irreal do passado tempo inqualificável.
Mas tua morte em mim progride lenta incompreensivelmente.
Continuo acordando em tua voz tua mão teu cheiro.
Continuo a dizer teu nome teu nome em mim como se estivesses
Como se a morte tivesse gelado apenas a ponta de teus dedos
apenas tivesse jogado uma camada de silêncio sobre nós tivesse
parado diante de uma porta.
Eu atrás inrédulo."
(Do livro Algo : preto, tradução de Inês Oseki-Dépré, publicado pela Perspectiva.)
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