sábado, 14 de junho de 2014
As piratas
O barco que na adolescência ele comandava, gritando ordens para vinte tripulantes, foi tomado agora por vinte mulheres piratas, e ele chama em vão os marujos, dizimados por elas na abordagem. Só se salvará com a condição de se submeter como escravo sexual de todas. A primeira, a que chefia as outras, já se aproxima dele, que, deitado e nu, se concentra para atendê-la. Honrará seu passado glorioso, construído desde a adolescência. Não se desmerecerá. Para deixar clara sua disposição de cumprir o dever que lhe cabe como derrotado, faz uma bravata. Olha para a comandante pirata, que já se debruça nua sobre ele, e desafia: "Podem vir todas juntas." E deixa que ela se deite sobre ele, que o monte e cavalgue, como o montaram e cavalgaram tantas outras, desde os primeiros anos da juventude.
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