quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Soneto das três mortes

Já tantas vezes morri,
Em julho, agosto, setembro,
Três vezes, se bem me lembro,
Por que continuo aqui?

Quem haverá de explicar-me?
Estamos quase em outubro,
E tento, mas não descubro
Quando é que irão enterrar-me.

Quando chegar o momento,
Não quero ter monumento,
Apenas uma inscrição:

"Viveu sempre pelo amor,
Foi o amor, só, seu senhor,
Sua bênção e danação."

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