segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Soneto em que me perguntas se foi paixão

Perguntas se foi paixão.
E o que mais provocaria
Em mim tamanha aflição,
Tão persistente agonia?

E que mais outra razão
Causar em mim poderia
Tão funda desilusão
E tão medíocre poesia?

Salvo a paixão, o que mais
Causa insônias tão mortais
E suplícios tão perversos?

Que mais, senão ela, traz
Tão grande falta de paz
E tão ridículos versos?


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