quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Um poema de Marina Tsvetáieva

"Negra como pupila, como pupila sugando
Luz - amo-te, noite aguçada.

Dá-me voz para cantar-te, ó promadre
Das canções, em cuja palma há a brida dos quatro ventos.

Clamando-te, glorificando-te, sou apenas
A concha, onde ainda não calou o oceano.

Noite! Já gastei meus olhos nas pupilas do homem!
Incinera-me, negro sol - noite!"

(De Indícios flutuantes, tradução Aurora F. Bernardini, publicação da Martins Fontes.)

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