quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Um trecho de "Transparências", de Vladimir Nabokov

"Ela decretou que só fariam amor à hora do chá, no living, como se num palco imaginário, com o acompanhamento de um bate-papo casual e com ambos os atores decentemente vestidos, ele com seu melhor terno e uma gravata de bolinhas, ela com um elegante vestido preto, subido até o pescoço. Numa concessão à natureza, a roupa de baixo podia ser dispensada ou mesmo tirada, mas só muito discretamente, sem interromper por um momento a refinada conversa; a impaciência, segundo ela, era algo inaceitável, e a nudez, monstruosa."

(Tradução de Vera Neves Pedroso, edição da Cedibra.)

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