"Ofereça um pouco mais do que o suficiente, escreva uma carta longa, de próprio punho, quando bastaria um bilhete, faça transbordar a taça no lugar da dose mínima, e uma sensação de desconforto irá pesar no ambiente. Não convém ser assim tão generoso. Via de regra, as pessoas desconfiam. Como quando se pergunta pelo preço de uma joia linda e essa joia, sendo de graça, perversamente passa do conceito do que vale muito ao conceito do que não vale nada. Se é de graça, alguma coisa tem. Alguma coisa suspeita, sub-reptícia."
(Extraído da crônica "Um vaso de nardos e trinta moedas de prata", do livro Breves anotações sobre um tigre, publicado pela Ardotempo.)
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