quarta-feira, 4 de março de 2015
Expediente
19h45. Hora de fechar a loja. Velhos devem dormir cedo. Velhos desencantados, mais cedo ainda. Hoje, confesso, nem esperei o amor. Sei que ele não virá nunca mais. E, se por acaso ou ventura viesse, não gostaria deste bazar. Quem quer lápis, canetas e cadernos? Só mesmo um velho sonso como eu, enchendo linhas e folhas para contar uma história que talvez só tenha existido na imaginação. Sou velho, sempre fui velho. O que o amor haveria de querer de mim?
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